Agronegócios
Soja trabalha em campo positivo nesta 4ª feira em Chicago em ajuste técnico depois das baixas
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Os preços da soja sobem na manhã desta quarta-feira (16) na Bolsa de Chicago. Depois de perderem mais de 10 pontos no pregão anterior, sentindo, principalmente, a preocupação sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos, as cotações passam por um movimento de correção, com o mercado ainda sem direção e dando continuidade à essa passagem pelos dois lados da tabela como vem acontecendo nos últimos dias.
Perto de 8h (horário de Brasília), os futuros da commodity subiam entre 4,50 e 5 pontos, com o março ainda abaixo dos US$ 9,00, valendo US$ 8,98 por bushel, enquanto o maio/19 tinha US$ 9,11.
Os ganhos entre as cotações, porém, ainda são bastante frágeis, uma vez que, embora já conhecida, a falta de notícias novas limita as movimentações em Chicago, e tira o ânimo dos traders em torno das especulações.A colheita em andamento no Brasil dá ainda mais força para esse cenário.
China e Estados Unidos continuam a negociar, porém, as informações sobre esse possível avanço nas conversas não chegam ao mercado. Entre 30 e 31 de janeiro, as delegações dos dois países voltam a se encontrar, dessa vez em Washington.
Segundo informou a Reuters nesta quarta, “o representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, garantiu a parlamentares que empresas poderão pedir exclusão de tarifas sobre 200 bilhões de dólares em bens sob discussão com Pequim se as negociações não renderem um acordo até o prazo de 2 de março”.
Paralelamente, o quadro na Europa e mais toda a questão e polêmica do Brexit também entram no radar dos traders.
“Os investidores estão relutantes em entrar comprando com mais agressividade. Ainda mais com o caos que se instalou na Inglaterra após a pior derrota de um governo inglês no parlamento em mais de 90 anos, quando o governo de direita fracassou na tentativa de aprovar o pacote do Brexit. Por mais que não afete o mercado de soja de modo direto, pode levar fundos de investimento a se proteger do risco geopolítico e esvaziar mais posições de risco nas commodities agricolas”, explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Mercado em Chicago perde mais de 10 pts nesta 3ª; dólar limita baixas no BR
O mercado internacional da soja não sustentou as altas observadas mais cedo, passou para o campo negativo e fechou o dia perdendo mais de 10 pontos na Bolsa de Chicago. Dessa forma, o março/19 perdeu o patamar dos US$ 9,00 e encerrou o pregão valendo US$ 8,94 por bushel. O maio/19, por sua vez, ficou em US$ 9,06 nesta terça-feira (15).
A pressão sobre as cotações, como explicam analistas e consultores, veio de uma combinação de fatores, entre eles a preocupação do mercado com a demanda chinesa nos EUA, a guerra comercial ainda em curso, a alta do dólar e mais a falta de informações concretas e oficiais. A colheita ganhando mais ritmo no Brasil também contribui.
“Faz uma semana que o mercado de soja na Bolsa de Chicago vem alternando altas e baixas, sem direção definida. O mercado parece ansioso para esperar novos pronunciamentos sobre a guerra comercial EUA/China e os némeros oficiais do USDA antes de escolher uma direção mais clara”, explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
O governo federal norte-americano está paralisado pelo recorde de 25 dias – a mais longa da história dos EUA – com Donald Trump focado em conseguir aprovar no orçamento a verba de mais de US$ 5 bilhões para a construção do muro na fronteira com o México, uma de suas maiores promessas de campanha. Até que todos cheguem a um consenso no Congresso dos Estados Unidos, há inúmeros setores paralisados, entre eles o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o que tem deixado o mercado vazio de informações.
E como explicou o analista de mercado Cristiano Palavro, da ARC Mercosul, o mercado de grãos é um dos que mais sofre com a falta de informação. Sem dados oficiais, os negócios perderam a direção e os traders acabam adotando uma cautela ainda maior à espera dos números quando os mesmos forem divulgados. Ainda segundo o executivo, faltam números para a especulação.
Mercado Brasileiro
No Brasil, por outro lado, as baixas não foram tão intensas, uma vez limitadas pelo dólar em alta nesta terça. A moeda americana fechou o dia com ganho de 0,71% e valendo R$ 3,7253.
“Hoje o foco total estará na votação do Brexit pelo Parlamento britânico, com grande possibilidade de ser rejeitado. (Uma rejeição) obrigaria o governo a mostrar um plano B dentro de três sessões. O que poderia provocar novo plebiscito e ainda um voto de desconfiança para Theresa May, primeira-ministra. Ou seja, poderemos ter grande alvoroço”, disse a corretora Modalmais à Reuters.
No interior, com esse avanço do câmbio, alguns preços até subiram, como foi o caso das praças do Sul do Brasil, em especial as do Paraná. Nos portos, as cotações não obedeceram uma direção comum.
Em Paranaguá, baixa de 1,37% para R$ 73,30 no disponível e alta de 0,40% no fevereiro, para R$ 75,10 por saca. Em Rio Grande, o spot tem R$ 74,00 e o fevereiro, R$ 73,50, com perdas de, respectivamente, 1,33% e 1,34%.